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BurnLabs na Web Laboratório de Eletrônica |
Medidor de Transcondutância Dinâmica de válvulas |
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As válvulas eletrônicas apesar de centenárias ainda estão em operação no século 21. Elas são muito vantajosas em aplicações profissionais de amplificação de sinais com potências consideráveis em frequências que abrangem até micro ondas. Em especial a válvula magnetron, que está presente também no ambiente doméstico, nos práticos fornos de micro ondas.
Considerando apenas a faixa de frequências de áudio, as válvulas eletrônicas ainda gozam de preferência em determinados instrumentos musicais e até no ambiente doméstico há audiófilos que apreciam a reprodução do som por equipamento valvulado.
O Laboratório de Áudio iniciou as suas atividades, há muito tempo atrás, com amplificador de áudio e receptor de broadcast valvulado, bons tempos e muitas emoções. Com a maior disponibilidade dos dispositivos em estado sólido, transistores, circuitos integrados, etc, e junto com a vontade natural de investigar novas tecnologias, as válvulas existentes no laboratório foram para o "Arquivo morto" e permaneceram esquecidas, até hoje.
Baseado na história acima, o Laboratório de Áudio manifestou o seu interesse em voltar a realizar algumas pesquisas com o som valvulado e solicitou ao Laboratório de Eletrônica o desenvolvimento de um Testador de Válvulas, com a finalidade de determinar o estado das válvulas de áudio e retificadoras existentes no "Arquivo morto".
O Laboratório de Eletrônica fez a seguinte consideração:
A centenária válvula é modelada principalmente como um dispositivo, cuja variação de corrente na porta de saída, com a tensão constante, é controlada por uma variação de tensão na porta de entrada, ou seja uma "Transcondutância", da mesma forma básica com que um moderno transistor FET ou MOSFET é modelado.
Os manuais de válvulas publicam junto com as características elétricas, um conjunto de dados de polarização para a operação típica da válvula que incluem também os valores de correntes de trabalho e a transcondutância.
Pelo exposto acima o instrumento a ser desenvolvido será um Medidor de Transcondutância com a facilidade de prover as condições de trabalho descritas no manual de válvula e medir os valores de corrente e transcondutância da válvula sob teste. Estando estes valores dentro do esperado, a válvula poderá ser classificada como boa para a utilização.
O instrumento também poderá ter aplicação para caracterizar dispositivos modernos de estado sólido, ou seja é uma experiência útil a ser adquirida.
O instrumento deverá ser o mais simples possível, fornecendo o resultado que poderá ser mostrado por medidores existentes no laboratório.
Custo reduzido, o instrumento deverá fazer uso das fontes de tensão CC e gerador de sinal existentes no laboratório.
A medição da Transcondutância deverá atender o mais próximo possível a definição da Transcondutância para a válvula eletrônica,
gm = dIp/dVg com Vp constante. |
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O instrumento a ser implementado não é uma novidade nos dias de hoje. Há muitas referências em revistas de eletrônica que publicaram circuitos próprios para a medida de transcondutância de válvulas nos anos 50 e 60, e após vasculhar a memória procurando em uma multitude de livros e revistas lidos, atividade essa essencial no laboratório, chegou-se a um artigo publicado na revista inglesa, "The Radio Constructor june 1956, Suggested Circuits: A Dynamic Mutual Conductance Valve Analyser, Author G. A. French". O circuito mostrado na revista chamou a atenção pela sua simplicidade, facilidade de calibração, insensibilidade à tensão do sinal de teste e pela forma com que o resultado é mostrado, um simples potenciômetro em uma escala calibrada e a monitoração de um "Nulo" de tensão .
Com a topologia do circuito selecionada, foi feito o levantamento das equações básicas que descrevem a operação do circuito, com a finalidade de estabelecer os limites de utilização e validade dos resultados obtidos.
O circuito básico e as equações que descrevem o seu funcionamento estão mostradas na figura 1 abaixo.
Figura 1 Circuito básico do Medidor de Transcondutância Dinâmica de válvulas.
Equações que governam a operação do circuito. |
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O valor da transcondutância em Siemens é determinado pela equação Eq. 1 da figura 1, sendo determinada pelos resistores R1, R2, R3, R4 e R, e independe do valor de Ve.
A determinação de valores dos resistores da Eq. 1 é feita seguindo o procedimento descrito abaixo:
- O valor de R é determinado visando manter a variação da tensão Vs dentro de no máximo 2% do valor de Vp. Com Vp = 250V, as variações de 100mA na corrente de placa para válvulas de potência de áudio, o valor de R = 25 ohms causará uma variação de Vs = 0,1 x 25 = 2,5V, ou 1% de Vp = 250V e 2% de Vp = 125V.Todos os valores dos componentes do circuito foram calculados e foi determinado que o resultado do valor da Transcondutância da válvula que foi medida estará bem próximo do valor real.
- O valor de R para variações de corrente de placa da ordem de 2,5 mA, válvulas pre amplificadoras, o valor de R = 100 ohms causará uma variação de Vs = 0,025 x 100 = 2,5V, ou 1% de Vp = 250V e 2% de Vp = 125V.
- Valores de R: R = 25 ohms e R = 100 ohms.
- A Eq. 1.1 é idêntica a Eq. 1, apenas destacando a atuação de cada grupo de resistores:
- O valor dos resistores (R3 + R4) se igual a 1000 ohms, o valor de gm será lido em mS, uma unidade em acordo com o publicado nos manuais.- O valor de (R1 + R2) deve ser muito maior que os valores de R e R4 para a validade da equação 1 e também deve levar em conta que a tensão Vn de Nulo deve ser medida preferencialmente por um osciloscópio, impedância típica de entrada de 1M ohms, ou seja o valor de (R1 + R2) deverá ser no máximo 100k ohms.
- A razão de valor entre R4 e R faz a variação de escala no valor de gm determinado pela razão de valor de R1 e R2.
- Para R = 25 ohms, R4 = 25 ohms, R3 = 975 ohms, gm = R1/R2 (mS).
- Para R = 25 ohms, R4 = 50 ohms, R3 = 950 ohms, gm = 2 x R1/R2 (mS).
- Para R = 100 ohms, R4 = 100 ohms, R3 = 900 ohms, gm = R1/R2 (mS).
- Como o Laboratório tinha em disponibilidade um potenciômetro linear de 32k ohms e acrescentando em série um resistor de 24k ohms, para fins de deslocamento de escala de medição, o valor do conjunto (R1 + R2) resultou em 60k ohms.
- Com os valores dos resitores R1, R2, R3, R4, R e o resistor Rint, impedância de saída do gerador de sinal, as equações Eq. 2 e Eq. 3, permitirão determinar a alteração do valor de gm medido causado pela inevitável realimentação negativa que faz parte do circuito.
- Cálculo do ganho B da malha de realimentação, Eq. 2.- O valor aparente gm' é bem próximo do valor real de gm, os valores dos resistores estão adequados.
( I ) R = 25 ohms, R4 = 25 ohms, R3 = 975 ohms, (R1 + R2) = 60k ohms, Rint = 1k ohms ==> B = 0,00021.
(II ) R = 25 ohms, R4 = 50 ohms, R3 = 950 ohms, (R1 + R2) = 60k ohms, Rint = 1k ohms ==> B = 0,00042.
(III) R = 100 ohms, R4 = 100 ohms, R3 = 900 ohms, (R1 + R2) = 60k ohms, Rint = 1k ohms ==> B = 0,00083.
- Cálculo do valor de gm', valor aparente de gm devido a realimentação negativa, Eq. 3
( I ) Para gm = 15 mS, gm' = 14,999 mS, erro de -0,00067%.
(II ) Para gm = 30 mS, gm' = 29,991 mS, erro de -0,033%.
(III) Para gm = 15 mS, gm' = 14,991 mS, erro de -0,06%.
- O valor de C é determinado pela frequência freq do gerador de sinais usado para geração da tensão Ve de teste.
- C maior que 50/(2 x Pi x R x freq) R = 25 ohms e freq = 5 kHz, C maior que 64 uF.
- Cg maior que 50/(2 x Pi x Rg x freq) Rg = 270k ohms e freq = 5 kHz, Cg maior que 5,9 nF.
- Cd maior que 50/(2 x Pi x (R1 + R2) x freq) (R1 + R2) = 60k ohms e freq = 5 kHz, Cd maior que 26,5 nF.
O circuito final do Medidor de Transcondutância de válvulas está na figura 2 abaixo.
Figura 2 Circuito do Medidor de Transcondutância Dinâmica de válvulas implementado. |
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Calibração pelo método do Gerador de sinais.
A calibração, marcação dos pontos na escala associada ao potenciômetro P1, é facilmente realizada com a montagem descrita na figura 3 abaixo.
O processo de calibração deve ser realizado com a montagem do Medidor de Transcondutância desconectado de qualquer fonte de alimentação. Seja prudente.
Faça as conexões indicadas na Figura 3, a conexão ao ponto interno "p" deve ser feita através de garra jacaré. Ajuste os instrumentos e a chave CH1a e CH1b do Medidor de Transcondutância conforme descrito abaixo.
- Gerador de Áudio:
- Frequência 5 kHz.- Medidor de Transcondutância:
- Saída 1: fase 0°, Impedância interna 1k ohms e amplitude 1 Vpp.
- Saída 2: fase 180°, Impedância interna 25 ohms e amplitude inicial 25 mVpp. Cada 25 mVpp corresponderá a uma unidade inteira de gm na Escala de P1.
- Chave CH1 para a posição gm X1 , posicione CH1a e CH1b na posição inferior no circuito da Figura 2.- O uso de um amplificador com ganho de tensão e filtros passa-alta e passa-baixa melhora consideravelmente a localização do ponto de "Nulo".
- Osciloscópio de 2 canais e sensibilidade vertical mínima de 2 mV/div.
- Sensibilidade do Vert. 1 em 500 mV/div.
- Sensibilidade do Vert. 2 em 20 mV/div.
- Gatilho de borda positiva, no Vert. 1.
Figura 3 Calibração pelo método do Gerador de sinais. |
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O processo de marcação dos pontos na Escala é realizado variando o valor da tensão da Saída 2 do Gerador de Áudio, seguindo a igualdade gm proporcional a M x 25 (mVpp), M é o valor da Marca na Escala.
- Marca 1 Saída 2 = 25 mVpp. Ajuste P1 e marque 1 no ponto de Nulo.
- Marca 2,8 Saída 2 = 2,8 x 25 = 70 mVpp. Ajuste P1 e marque 2,8 no ponto de Nulo
- Exemplo de ajuste das saídas do gerador de áudio para a marcação dos pontos na escala.
A localização do ponto de Nulo é fácil, conforme mostrado nas Figuras 4, 5 e 6. Observe que a forma de onda do Nulo (Vert. 2) está em contra fase com a Referência (Vert. 1) quando o Potenciômetro P1 está antes do ponto de Nulo, passando por um mínimo no ponto de Nulo e após a passagem fica em fase com a Referência (Vert. 1).
Os Oscilogramas abaixo foram capturados com a Saída 2 = 3 x 25 = 75 mVpp, correspondente a Marca 3.
Figura 4 Marcação 2,8 mS, antes do Nulo |
Figura 5 Marcação 3,0 mS, ponto de Nulo |
Figura 6 Marcação 3,2 mS, depois do Nulo |
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Os pontos das Marcas são localizados com precisão dentro de +/-0,025 div. para os pontos de Marca até 3. A precisão degrada proporcionalmente em direção ao extremo superior da escala, conforme mostrado na Figura 7.
Na Figura 7, a primeira Marca no extremo esquerdo é o ponto 1, e a última Marca no extremo direito é o ponto 15.
Figura 7 Marcação inicial dos pontos em unidade de gm na escala do potênciometro em preparação para a confecção da Escala definitiva. |
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A calibração pelo método de medida de valores de resistências é descrito na Figura 8:
- A) Resistores R1 e R2 no circuito básico descrito na Figura 1.
- B) Montagem realizada no circuito implementado, Figura 2. R1 e R2 são substituídos pelo resistor 23k6 ohms e potenciômetro P1, as resistências entre os 3 terminais de P1 estão destacados.
- C) O circuito da montagem item B) é melhor modelado com a inclusão da resistência de contacto rc do cursor de P1.
Figura 8 Calibração pelo método de medidas dos valores de resistências. |
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O uso de um ohmímetro digital com precisão melhor que 1%, possibilitará a obtenção de resultados consistentes.
O circuito na Figura 8 C mostra os pontos para as medições de resistência.
- A marcação dos pontos de Marca na escala segue a Eq. 5 gm proporcional a M x (R1m - rc) / (R2m - rc) , considerando a resistência de contacto do potenciômetro P1.A Figura 7 mostra um exemplo típico dos pontos marcados na escala. A primeira Marca no extremo esquerdo é o ponto 1, e a última Marca no extremo direito é o ponto 15.
- Determinação da Marca M = 1.
- Meça a resistência entre os pontos A e B, este é o valor de R1 + R2, anote este valor.
- Ajuste o potenciômetro P1 de modo que as resistências medidas alternadamente entre o ponto A e Saída NULO (R1m) e o ponto B e Saída NULO (R2m) sejam iguais, M =1 implica em R1m = 1 x R2m, como idealmente determinado pela Eq 1.1.
- Calcule o valor da resistência de contacto rc com a Eq. 4, anote este resultado. Calcule o valor real da Marca para este ponto com a Eq.5.
- Caso o valor calculado para a Marca não esteja próximo do valor de M, reposicione o potênciometro P1 e repita as medidas de R1m e R2m, calcule rc, e com a Eq. 5, obtenha o novo valor da Marca.
- Quando o valor da Marca estiver bem próximo do valor de M, marque este ponto na escala.
- Os demais pontos de Marca M, valor de gm, serão determinados seguindo o mesmo procedimento para diferentes valores de M, por exemplo para M = 1,2 o potenciômetro P1 deverá ser ajustado para a posição onde R1m = 1,2 x R2m, calculado o valor de rc e após o valor real da Marca, e reajuste P1 se necessário.
gm (Gerador) | R1m (ohms)> | R2m (ohms) | rc (ohms) | gm (Ohmímetro) |
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1,0 | 28,56k | 27,82k | 390 | 1,027 |
2,0 | 37,66k | 18,68k | 370 | 2,036 |
3,0 | 42,30k | 14,02k | 360 | 3,070 |
4,0 | 45,00k | 11,38k | 390 | 4,059 |
5,0 | 46,80k | 9,60k | 400 | 5,043 |
6,0 | 48,10k | 8,30k | 400 | 6,038 |
7,0 | 49,20k | 7,28k | 440 | 7,128 |
8,0 | 49,80k | 6,64k | 420 | 7,939 |
9,0 | 50,50k | 6,03k | 465 | 8,991 |
10,0 | 51,00k | 5,53k | 465 | 9,977 |
Tabela 1 Resultados obtidos na Calibração pelo Gerador e pelo Ohmímetro. |
Os dois métodos mostraram uma boa coerência para os valores determinados de Marca na Escala. Observe que o valor de rc mostra alguma variação ao longo do giro do potenciômetro. O potenciômetro utilizado é do tipo comum com pista resistiva de carvão, apenas razoável para esta aplicação. O potenciômetro com pista de polímero resistivo para uso em áudio seria mais adequado.
O Medidor de Transcondutância implementado é apenas uma Jiga de Teste, que para funcionar necessita da conexão com diversos outros instrumentos, conforme descrito na "Idealização do Medidor de Transcondutância de válvulas" feita no início.
Os instrumentos necessários e suas conexões estão mostrados na Figura 9 abaixo.
Figura 9 Configuração para teste de válvulas no Medidor de Transcondutância. |
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- Alimentação de Placa e Grade Auxiliar: Fontes CC, independentes, 0 a 250V corrente até 100 mA, com chaves liga/desliga.
- Alimentação de Grade de Controle: Fonte CC 0 a 50V corrente até 3A.
- Gerador de Áudio: Gerador de frequências de áudio, nível de saída 0 a 10 Vpp e impedância de saída 50, 75 ou 600 ohms.
- Amplificador com ganho de tensão 50X e com filtros Passa Alta fc 1 kHz e Passa Baixa fc 20 kHz.
- Miliamperímetro CC com escala de 0 a 25 mA, para medida de Ig2, corrente de grade auxiliar.
- Miliamperímetro CC com escala de 0 a 250 mA, para medida de Ic, corrente de cátodo.
- Osciloscópio de 2 canais com as características listadas abaixo.
- Sensibilidade do Vert. 2 em 20 mV/div.
- Gatilho de borda positiva, no Vert. 1.
Os instrumentos necessários para a montagem da Figura 9 estão listados abaixo
- Alimentação de Filamento: Fonte CC 0 a 50V corrente até 3A, com chave liga/desliga.
O valor da corrente de placa Ip é obtido pela equação Ip = Ic - Ig2 sendo Ip corrente de placa, Ig2 corrente de grade auxiliar e Ic corrente de cátodo .
- Sensibilidade do Vert. 1 em 500 mV/div.
As fontes CC devem ser reguladas e com baixo nível de ondulação. Em especial a fonte de alimentação de placa deve ter a ondulação menor que 2,5 mVpp na saída CC. O uso de um amplificador com ganho de tensão e filtros passa-alta e passa-baixa possibilita o relaxamento das especificações desta fonte CC.
Durante o ensaio da válvula, pode-se reduzir a tensão de filamento e observar a variação do valor de gm. Este é um indicativo da redução da capacidade de emissão do cátodo da válvula.
O procedimento para a medida de transcondutância segue o procedimento descrito abaixo.
- Desligue as fontes de Filamento, Placa e Grade Auxiliar.
- Ajuste o Seletor 7 Entradas X 12 Saídas para a conexão dos pinos da válvula.
- Ajuste a fonte de Grade de Controle em -20V.
- Ajuste a fonte de Grade Auxiliar para a tensão descrita no manual de válvulas.
- Ajuste a fonte de Placa em +70V.
- Ajuste a fonte de Filamento para a voltagem nominal da válvula sob teste.
- Ajuste o potenciômetro P1 da Escala de Transcondutância para o valor esperado de gm.
- Ajuste a chave CH1 de escala de transcondutância de acordo com o tipo de válvula a ser testada, potência ou pré amplificadora com baixo valor de corrente de placa.
- Ajuste o nível de saída do gerador de áudio para 1 Vpp ou 0,1 Vpp de acordo com o tipo de válvula a ser testada, potência ou pré amplificadora.
- Ligue a fonte de Filamento e aguarde 1 minuto para o aquecimento do cátodo.
- Ligue a fonte de placa e ajuste a voltagem de placa para o valor descrito no manual de válvulas. Este procedimento visa a minimizar o surto de corrente sobre a fonte causado por capacitor interno do circuito do Medidor de Transcondutância.
- Ligue a fonte de Grade Auxiliar, caso aplicável. A fonte de Grade Auxiliar somente pode estar ligada com a placa da válvula alimentada com a tensão de trabalho, ou poderá haver danos na Grade Auxiliar por excesso de dissipação.
- Ajuste a fonte de Grade de Controle para a tensão descrita no manual de válvulas.
- Observe o valor da corrente de cátodo e grade auxiliar e calcule o valor da corrente de placa, reajuste lentamente o valor de tensão da grade de controle para obter o valor de corrente de placa descrito no manual de válvulas.
- Obtenha o valor da transcondutância atuando no potenciômetro da escala para obter o mínimo de voltagem no canal vertical 2 do osciloscópio.
- Observe o efeito causado pela geração de harmônicos mostrado nas figuras 10 até 13, as figuras 10 e 12 mostram nível correto de excitação da grade da válvula, se necessário altere o nível de saída do gerador de áudio.
- Reduza a voltagem da fonte de Filamento em 10% do valor nominal e meça o valor da transcondutância.
- Reduza a voltagem da fonte de Filamento em 15% do valor nominal e meça o valor da transcondutância.
- Desligue a a fonte de Grade Auxiliar.
- Ajuste a fonte de Placa em +70V.
- Ajuste a fonte de Grade de Controle em -20V.
- Desligue a fonte de Placa.
- Desligue a fonte de Filamento.
- Espere esfriar e remova a válvula.
Válvula(1) 6AQ5A Vg1 = -15 V gm = 4,1 mS (manual). | |||||||||
filamento (V) | Vp (V)> | Ip (mA) | Vg2 (V) | Ig2 (mA) | Vg1 (V) | Ic (mA) | gm (mS) | ||
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6,3 | 250 | 44,5 | 250 | 5,0 | -13,1 | 49,5 | 3,8 | ||
5,7 | 250 | 41,8 | 250 | 4,5 | -13,1 | 46,3 | 3,6 | ||
5,4 | 250 | 40,7 | 250 | 4,5 | -13,1 | 45,2 | 3,6 | ||
Desvio valor do manual | -12,7% | -7,3% | |||||||
Desvio com temp. catodo | -5,2% |
Figura 10 Ponto de NULO, Gerador 1,0 Vpp |
Figura 11 Ponto de Nulo, Gerador 3,0 Vpp |
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Válvula(2) 6AQ5A Vg1 = -15 V gm = 4,1 mS (manual). | |||||||||
filamento (V) | Vp (V)> | Ip (mA) | Vg2 (V) | Ig2 (mA) | Vg1 (V) | Ic (mA) | gm (mS) | ||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
6,3 | 250 | 44,1 | 250 | 5,5 | -10,4 | 49,6 | 4,2 | ||
5,7 | 250 | 43,1 | 250 | 5,2 | -10,4 | 48,3 | 4,1 | ||
5,4 | 250 | 42,4 | 250 | 5,0 | -10,4 | 47,4 | 4,1 | ||
Desvio valor do manual | -30,7% | 2,4% | |||||||
Desvio com temp. catodo | -2,4% |
Válvula(3) 12AX7A Vg1 = -2 V gm = 1,6 mS (manual). | |||||||||
filamento (V) | Placa (V)> | Ip(1) (mA) | Ip(2) (mA) | Vg1(1) (V) | Vg1(2) (V) | Ic(1) (mA) | Ic(2) (mA) | gm(1) (mS) | gm(2) (mS) |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
12,6 | 250 | 1,21 | 1,21 | -1,9 | -1,9 | 1,21 | 1,21 | 1,6 | 1,7 |
11,4 | 250 | 1,09 | 1,09 | -1,9 | -1,9 | 1,09 | 1,09 | 1,6 | 1,6 |
10,7 | 250 | 1,0 | 1,0 | -1,9 | -1,9 | 1,0 | 1,0 | 1,5 | 1,6 |
Desvio valor do manual | -5,0% | -5,0% | 0,0% | 6,2% | |||||
Desvio com temp. catodo | -6,2% | -5,9% |
Figura 12 Ponto de NULO, Gerador 0,1 Vpp |
Figura 13 Ponto de Nulo, Gerador 0,3 Vpp |
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Válvula(4) 12AX7A Vg1 = -2 V gm = 1,6 mS (manual). | |||||||||
filamento (V) | Placa (V)> | Ip(1) (mA) | Ip(2) (mA) | Vg1(1) (V) | Vg1(2) (V) | Ic1 (mA) | Ic2 (mA) | gm(1) (mS) | gm(2) (mS) |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
12,6 | 250 | 1,20 | 1,20 | -1,5 | -1,3 | 1,2 | 1,20 | 1,4 | 1,0 |
11,4 | 250 | 1,06 | 0,95 | -1,5 | -1,3 | 1,06 | 0,95 | 1,3 | 0,6 |
10,7 | 250 | 0,95 | 0,78 | -1,5 | -1,3 | 0,95 | 0,78 | 1,2 | 0,5 |
Desvio valor do manual | -25,0% | -35,0% | -12,5% | -37,5% | |||||
Desvio com temp. catodo | -14,3% | -50,0% |
O Laboratório não dispõem até este momento dados suficientes para estabelecer um critério adequado para classificar uma determinada válvula em: Ótima, Boa e Esgotada.
Fazendo o uso de um bom senso, variações de parametros como Vg1 e gm muito maiores que +/-10% do valor nominal, estando a tensão de filamento no valor nominal, indica uma válvula "Com alguma degradação".
A variação de -15% no valor nominal da tensão de filamento deve provocar variações menores que -25% no valor medido de gm, caso contrário a válvula pode ser considerada esgotada.
A válvula(4) está claramente em situação de excessivo desgaste em especial a seção 2, as válvulas (3) e (1) aparentam estar em condições de utilização e a válvula(2) precisa ser melhor avaliada para qual tipo de circuito poderia operar sem ser sensível à substituição da válvula.
A obtenção do ponto de Nulo é fácil e a observação na tela do Osciloscópio fornece muitas indicações das condições de excitação da válvula pelo Gerador de Áudio.
O Medidor de Transcondutância operou com segurança na apresentação do resultado do valor de Transcondutância das 100 válvulas de áudio submetidas ao ensaio, mostrando resultados coerentes com o especificado no manual de válvulas, indicando boas condições para 79 válvulas.
Um total de 21 válvulas apresentaram valores baixos de Transcondutância e sensibilidade à tensão de filamento.
Várias unidades das 21 válvulas, apresentaram baixa corrente de placa para Vg1 nominal. Mesmo reduzindo-se o valor de Vg1 de modo a se obter a corrente de placa nominal não melhorava o baixo valor de Transcondutância.
O Medidor de Transcondutância de válvulas será utilizado em futuros projetos de áudio para a determinação da Transcondutância de válvulas em determinadas condições de polarização, posterior projeto do circuito e avaliação dos resultados obtidos.